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A responsabilidade social da empresa vem sendo discutida fortemente cada vez mais nos últimos anos toda vez que o tema do desenvolvimento sustentável vem à tona. Isso ocorreu em meados do século passado quando se procurou analisar quais eram as preocupações que norteavam a atuação empresarial. Conclui-se de que o mundo empresarial necessitaria estar inserir-se na comunidade em que atua, promovendo e estimulando o desenvolvimento econômico e bem estar social. Foi no âmbito dessa evolução que a participação das empresas na sociedade quinou nessa direção. Porém não basta que tenha sua atuação socialmente responsável somente deve, portanto, definir sua atuação interagindo com o meio ao qual esta inserida, focado na responsivamente responsável; entenda responsabilidade responsiva.

Evolução Histórica

A partir de 1970, o conceito de responsividade social corporativa vem sendo gradativamente incluído nos debates de “sustentabilidade” do planeta bem como a preocupação sobre o dever das corporações na sua atuação perante a sociedade. A responsabilidade social já era considerada um dever das empresas, quando o conceito de responsividade surgiu. Atualmente, a busca por uma postura responsivamente responsável permite uma melhor inserção da empresa na comunidade. Além de nortear suas ações sociais.

Conceito

O grande mote do conceito da responsividade social é a antecipação das demandas sociais, onde deve se adequar as necessidades da sociedade no que diz respeito a sua atuação empresarial de forma pró-ativa. Assim, a empresa responsivamente social busca desenvolver políticas, meios, ações, para responder as questões sociais, de forma antecipada e preventiva. É uma atuação visando realmente inserir e interagir na comunidade, tornando os eventuais problemas desta como sendo seus. Nesse diapasão nos dá a noção fática de que a responsividade é ação da comunidade e dos stakeholders interagindo para conviver melhor, em que a ação e reação desses agentes tem como resultante o fortalecimento do desenvolvimento com o interesses sociais e a sustentabilidade. Com efeito, a responsividade é algo de fora para dentro da empresa, além muralha, pois a corporação responsivamente responsável é sensível as manifestações sociais e ambientais, buscando adequar-se a realidade dos fatos. Nota-se também que somente as empresas socialmente responsáveis é que acabam por ser também responsivamente responsáveis, na medida em que a dá uma resposta a um tipo de ação socialmente responsável da empresa, alem das que legalmente esta inserida.

A atuação responsiva não é fácil, porque, as respostas oriundas da sociedade nem sempre são facilmente identificadas, ou fere as intenções empresariais ou ainda, podem ser bastante heterogêneas. Mas somente com a conduta efetiva de buscar identificar estas respostas é que teremos uma corporação responsivamente responsável. Por outro lado, é importante ressaltar que nem toda empresa socialmente responsável é também responsivamente responsável. Somente aquela que mantém as posturas de antecipação e pró-ativa acima exposta podem ser consideradas como socialmente responsivas, pois passa a assumir preocupações sem interesse ao objeto social. Outra questão interessante acerca da responsividade é que a empresa responsivamente responsável está mais apta a se adequar as mudanças sociais, ambientais e legais. Isso porque mantém diálogo aberto e frequente com os grupos envolvidos nestas discussões, enfrentando os problemas vizinhos. Assim, no mundo globalizado, em que as mudanças são rápidas, tende as empresas responsáveis responsiva a ter mais sucesso.

O Balanço Social como indutor de Responsividade

O Balanço Social é um instrumento utilizado por algumas empresas para externar suas ações de responsabilidade social. É a forma que as corporações utilizam para dar conhecimento à sociedade de suas práticas no campo social. Sua importância cada vez mais é nítida nesses eventos, pois reflete na exata proporção do seu desenvolvimento com as tendências e valores sociais e ambientais. Portanto, cada vez mais a sociedade tem acompanhado a postura das empresas, especialmente no tocante a sua responsabilidade social e a contribuição para a sustentabilidade do planeta.

Sem dúvida, existe a tendência de que a sobrevivência no mundo corporativo venha ser condicionada a uma postura socialmente responsável de toda e qualquer empresa. E o Balanço Social vem a ser o meio eficiente de se comprovar o quanto se preocupam e investem para o desenvolvimento sustentável e socialmente responsável. Naturalmente, o estudo das formas de atuação socialmente responsável e os detalhes do balanço social são complexos e de extrema importância para a sustentabilidade do planeta, pois afinal divulga as ações corporativas de determinada empresa e a partir desses dados publicados é que comunidade e stakeholders podem formar sua opinião sobre a empresa.

Responsividade em relação ao Consumidor

As relações de consumo são norteadas a princípio pela qualidade do produto e do preço. Assim, quaisquer medidas socialmente responsáveis ficariam, na relação de consumo, em segundo plano. Por outro lado, é certo que, na hora de adquirir um produto, o consumidor procura adquirir aquele da empresa socialmente responsável, pois a grande questão a ser analisada nos dias de hoje é de como o consumidor terá acesso as informações acerca da atuação responsável de determinada empresa. Os balanços sociais, como já vistos, são importante meio de publicidade das ações socialmente responsáveis. Todavia, é ilusório imaginar que antes de adquirir um produto, o consumidor analise o balanço social das empresas fornecedoras dos produtos. Primeiro que isso não ocorre porque os balanços sociais contem diversos indicadores, nem sempre de fácil compreensão. Segundo, porque na rotina do dia-a-dia geralmente não há tempo hábil para este tipo de análise. O desafio, então, é como colocar para o consumidor as ações sociais da empresa, e isso não é simples, mas existe crescente envolvimento das pessoas na busca por produtos de empresa socialmente responsáveis o que nos leva a acreditar que cada vez mais será necessário o envolvimento das corporações nas questões sociais. Só resta saber como as informações chegarão ao grande público.

Responsividade em Relação aos Poderes Públicos

A responsabilidade social da empresa, junto ao poder público, pode ser a manutenção de seus impostos em dia e seu cuidado ambiental. Dessa forma, além de estar cumprindo a lei, a empresa acaba também por ser sociamente responsável, na medida em que não sonega imposto e preserva, ainda que indiretamente (ou seja, sem agredir), o meio ambiente. Somente com essa postura a empresa pode ser considerada socialmente responsável. Mas seria tudo que ela poderia fazer com relação a impostos e meio ambiente? A resposta com certeza seria não, como também seria uma postura ainda mais socialmente adequada não se relacionar com empresas que não cumprissem com suas obrigações tributárias, e/ou não respeitassem o meio ambiente. Ainda que sob pena de perder grandes lucros financeiros. Assim, com esse tipo de medida, a empresa estimula outras empresas a fazerem o mesmo.

Já o poder público deve aperfeiçoar sua forma de agir com as empresas socialmente responsáveis de sem desrespeitar o Direito Administrativo que a principio deve estar modelando a essa nova diretriz. Mas não há dúvida que deve ser objeto do Poder Público alguma forma de compensação as ações sociais das empresas responsáveis. De qualquer forma, o Poder Público deve melhorar sua relação com as corporações socialmente responsáveis, com intuito de estimular ainda mais a atuação dessas empresas com fins sociais.

Responsividade para Com Acionistas e Sócios

Trata-se de questão interessante, pois na medida em que a empresa gasta com projetos e ações sociais deixa de investir em produção, por sua vez não terá o lucro que almejava. A atuação da empresa não pode esbarrar nos interesses dos sócios, porque esse interesse nem sempre é tranqüilo, visto que diferentes interesses compõe a sociedade, especialmente nos casos em que os sócios têm a atividade empresarial como investimento e as ações sociais não integram geralmente os principais objetos. O entendimento da necessidade destas ações deve ser o grande obstáculo de ser superado na relação dos sócios, com vistas a levar a empresa a uma situação melhor, e não o inverso, o que é um procedimento de conscientização difícil de ser realizado na prática. Os objetivos dos sócios com relação ao negócio devem contemplar também a função social de sua empresa.

Responsividade em Relação aos Trabalhadores

A empresa pode construir códigos de conduta e ética para pautar a forma de atuação de seus trabalhadores onde foquem a ética e respeito ao próximo, já sinaliza como avanço na relação trabalhista. O diálogo com as entidades sindicais também acaba por servir como forma de atuação socialmente responsável, como: programas de voluntarismo e de melhora na condição do trabalho.

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